Como a Alimentação Pode Ajudar no Controle da Endometriose e Adenomiose

O que são a endometriose e a adenomiose?

A endometriose é uma condição inflamatória em que o tecido semelhante ao endométrio (camada interna do útero) cresce fora do útero, causando dores intensas, infertilidade, desconforto intestinal e fadiga. Já a adenomiose ocorre quando esse tecido invade a musculatura do útero, resultando em cólicas fortes, sangramentos intensos e sensação de inchaço abdominal.

Ambas as condições têm algo em comum: são influenciadas por processos inflamatórios e por desequilíbrios hormonais — especialmente o excesso de estrogênio. É aí que a alimentação entra como uma ferramenta poderosa de autocuidado e alívio.

1. Aposte em uma alimentação anti-inflamatória

A base da nutrição para quem convive com endometriose e adenomiose é reduzir a inflamação no corpo.

Inclua no dia a dia:

• Frutas vermelhas (morango, mirtilo, framboesa)

• Vegetais verde-escuros (espinafre, couve, rúcula)

• Sementes (linhaça, chia, gergelim)

• Azeite de oliva extravirgem

• Gengibre, cúrcuma e alho

• Peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, atum)

Esses alimentos têm ação antioxidante e anti-inflamatória, ajudando a reduzir a produção de substâncias que causam dor e cólica.

2. Reduza alimentos inflamatórios

Evitar alimentos que pioram a inflamação pode fazer uma grande diferença nos sintomas.

Evite ou reduza:

• Açúcar refinado

• Farinhas brancas e pães industrializados

• Alimentos ultraprocessados e embutidos

• Frituras

• Laticínios de vaca (em casos de sensibilidade)

• Carne vermelha em excesso

Muitas mulheres relatam melhora nas dores e no inchaço ao fazer essas substituições.

3. Equilibre seus hormônios com a alimentação

A endometriose e a adenomiose costumam estar ligadas ao excesso de estrogênio. Apoiar o fígado e o intestino é essencial para metabolizar e eliminar esse hormônio do corpo.

Alimentos que auxiliam esse processo:

• Vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor, repolho)

• Fibras (aveia, sementes, vegetais crus)

• Água em abundância (2L/dia)

• Chás como dente-de-leão, cavalinha e chá verde (com orientação)

Esses hábitos ajudam o corpo a eliminar o excesso de estrogênio e promovem o equilíbrio hormonal.

4. Cuide da saúde intestinal

Um intestino saudável é crucial para a saúde hormonal da mulher. Além disso, disbiose intestinal (desequilíbrio da microbiota) pode piorar sintomas como gases, cólicas e distensão abdominal.

Inclua:

• Probióticos naturais (kefir, iogurte natural, chucrute, kombucha)

• Prebióticos (banana verde, alho, cebola, aspargos)

• Sementes hidratadas (linhaça, chia)

Evitar constipação também é fundamental. Um intestino preso dificulta a eliminação de toxinas e estrogênios.

5. Atenção ao glúten e à lactose

Embora nem todas as mulheres tenham intolerância, muitas relatam melhora significativa ao retirar ou reduzir glúten e laticínios da rotina.

A sensibilidade ao glúten pode provocar inflamação silenciosa, enquanto a lactose pode agravar o inchaço e a dor intestinal.

Se possível, faça um teste de 4 a 6 semanas sem esses alimentos, observando os efeitos no corpo.

6. Nutrição é parte de um cuidado integral

Além da alimentação, outros fatores influenciam diretamente os sintomas: estresse, sono, prática de atividade física e regulação emocional. O cuidado com a alimentação é um dos pilares, mas deve caminhar junto com um olhar mais amplo para o bem-estar feminino.

Conclusão

Endometriose e adenomiose não precisam definir a sua vida. A alimentação é uma aliada valiosa no controle dos sintomas, no alívio da dor e no resgate da sua qualidade de vida.

Com escolhas conscientes e acolhimento ao seu corpo, é possível transformar a forma como você convive com essas condições.

Se você está passando por isso agende uma consulta. Eu terei prazer em te conduzir nesta jornada de autocuidado através da alimentação!

Nutricionista Nadir Thompson - CRN4: 11101058